Dila (cordelista e xilógrafo)-
Patrimônio Vivo de Pernambuco
O poeta cordelista e xilógrafo José Soares da Silva, o Dila, nasceu no dia 23 de setembro de 1937, no município paraibano de Pirauá, mudando-se para Bom Conselho, Pernambuco, ainda criança. Considerado um dos melhores xilógrafos do Nordeste, escreve, publica e ilustra folhetos, entalhando não só madeira, mas também pedaços de borracha vulcanizada, técnica incomum entre os artistas populares.
Filho de Domingos Soares da Silva e Josefa Maria da Silva, Dila conheceu a literatura de cordel e a xilogravura nas feiras livres do interior nordestino, onde os poetas populares vendiam seus trabalhos. Ainda criança, envolveu-se com a arte e começou a escrever suas primeiras linhas. As primeiras ilustrações estamparam cordéis próprios e de poetas como J. Borges e João José da Silva. Na mesma época, ainda menino, vendia cordel nas feiras de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Ceará.
No início da década de 50, o artista se instalou em Caruaru, onde vive até hoje. Ele conta com inúmeras publicações, quase todas sobre as peripécias do diabo, as histórias de Padre Cícero, Lampião e cangaceiros. Em seus folhetos, assinava como Dila, Jóse Soares da Silva, José Cavalcanti Ferreira ou ainda José Ferreira da Silva. Além de produzir cordéis, chegou a trabalhar nos jornais Vanguarda, Agreste e Defesa, confeccionando carimbos e xilogravuras.
Até pouco tempo, o cordelista possuía sua própria tipografia, a Folheto São José, que funcionou durante muitos anos em sua residência, em Caruaru, no Bairro de Nossa Senhora das Dores. Atualmente, ele conserva em sua residência mais de cem títulos que mesclam realidade e ficção. O espaço funciona como ponto turístico.
Em maio de 2002, o xilógrafo foi contemplado com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Em 2007, ganhou uma biografia intitulada Xilogravura do Mestre Dila: Uma visão poética do Nordeste, organizada pelo pesquisador Hérlon Cavalcanti.
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